Esquadrilha dos Biguás


Biguás em sua típica formação em "V"

Voando em bandos numerosos e com um bater de asas incessante eles cruzam o firmamento desde o início da manhã.

Durante o voo formam figuras semelhantes à letra "V" de nosso alfabeto e a associação com a Esquadrilha da Fumaça é inevitável. 

São os Biguás (Phalacrocorax brasilianus), que ocupam o céu da cidade do Rio de Janeiro durante boa parte do ano, à exceção de um breve período no inverno, em busca de uma dieta constituída de peixes e crustáceos, nas águas da Zona Sul da cidade, ainda menos poluídas, segundo alguns biólogos, do que as lagoas da Barra da Tijuca.

À primeira vista não se revela uma ave atraente em termos estéticos, mas um olhar mais atento, especialmente com o uso de um binóculo, revela a beleza escondida em sua íris, que tem a cor de um brilhante e profundo verde-água.

Detalhe do olho verde-água de um biguá
(clique para ampliar)

Na Lagoa Rodrigo de Freitas, muitos deles costumam passar o dia inteiro alimentando-se, nadando, submergindo por alguns instantes e repousando com as asas abertas sob a luz direta do sol, o que auxilia a secagem de suas penas adaptadas à água e que ficam encharcadas depois de um mergulho.

Secagem das asas de um biguá
(clique para ampliar)

É curioso observá-los mesmo quando estão em repouso, ao produzirem sons que lembram para muitos o ronco de motor, além de contorcerem a cabeça, colocando a ponta do bico no meio da penugem das costas.

No final do dia retornam para as ilhas costeiras onde costumam nidificar e passar a noite.

A contagem dos bandos e do número de integrantes pode ser praticada por qualquer pessoa, já que suas típicas formações são facilmente identificáveis, além de ser um prazer a que muitos observadores de aves se dedicam e que pode auxiliar a pesquisa científica no campo da ornitologia.


Biguás retornando às suas "ilhas-dormitório"
(clique para ampliar)

E você, já parou alguns instantes para admirar o comportamento dos biguás? Conte aqui sua experiência, e  bons voos!

Gostou da foto dos biguás próximos ao Cristo Redentor? Então vai gostar da primeira foto do post O verão é dos Flamboyants.



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7 comentários:

  1. Minha mãe, que tem 84 anos, fica horas na janela do seu apartamento junto ao Corcovado, na Lagoa, observando maravilhada os bandos de aves que vêm da Pedra da Gávea em direção à sua janela. Se diverte com o tamanho e o formato que adquirem durante o voo, além de se apiedar dos pequenos grupos de dois ou três, aos quais chama de ‘perdidos’. Ela gostaria de saber de onde vem e para onde vão. E com seu celular registra o que consegue dessa maravilha cotidiana.

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    1. Olá, Arlette. Sua mãe é uma genuína "birder" (observadora de aves). Parabéns! Quanto à sua indagação, segundo os biólogos, os biguás não se afastam da costa para se aventurar ao mar, mas voam para as ilhas perto da costa, como a Ilha Alfavaca (Ilhas Tijucas), no Rio de Janeiro, onde alguns nidificam. Após a nidificação costumam emigrar. Obrigado por deixar seu comentário aqui e volte sempre!

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  2. Tenho observado que na Barra da Tijuca não tenho visto mais os biguás. Sumiram!!!

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    1. Às vezes depende da época. Eles são numerosos e devem voltar a aparecer.

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    2. De fato, moro na Barra da Tijuca e reparo diariamente nos pássaros, mas há pelo menos uns 2 meses, ou mais, não vejo os biguás. As vezes vejo um ou outro voando sozinho, mas em bando é raro.

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  3. Estive recentemente na Barra da Tijuca e fiquei horas observando a esquadrilha de pássaros vindo e vindo, uma quantidade incessante, haviam filhotes observados e cuidados pelos pais. Eles começavam a vir bem cedo e até umas 11h seguiam ruma à copacabana, sei disso porque fui pra Copacabana e observei eles por lá, depois no final do dia eles voltavam em bando, muito lindo. Nas minhas pesquisas, não sei bem se eram biguas, eram bem grandes e suas asas eram bem longas, não batiam, eles planavam por horas, não me cansava de observar tanta beleza.

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    1. Que maravilha o seu relato, Karlota! Obrigado por deixar seu comentário aqui no site.

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