A sociável família dos Psitacídeos


Maracanã-pequena (Diopsittaca nobilis
e o típico bico "quebra-nozes" dos psitacídeos

Nesse vasto e fascinante mundo das aves não escondemos nossa admiração e certa predileção pela rica, colorida e variada família dos Psitacídeos, que inclui araras, maracanãs, papagaios, periquitos e muitas outras aves de cores vibrantes e forte vocalização.

Seja por gostarem de companhia, por se reunirem em grandes bandos na copa das árvores ou por fazerem bastante barulho e algazarra por onde passam, o fato é que essa família de aves sociáveis costuma conquistar a simpatia de muitos observadores de aves. 

No Jardim Botânico do Rio de Janeiro, poder vê-las sobrevoar o arboreto, com seus gritos guturais (do latim guttur: garganta, goela), ao longo de todo o dia, é um grande privilégio para o homem da cidade grande, que, assim, ao contemplá-las na quietude de seu interior, acalma sua mente, tão contaminada com a correria de nosso tempo.

Um de seus grandes distintivos é a presença do bico encurvado, com a mandíbula superior de tamanho maior que a inferior e sobreposta a ela, funcionando como um verdadeiro "quebra-nozes", uma adaptação para a alimentação que se baseia em sementes e frutos. Por outro lado, isso praticamente impossibilita essas aves de construírem ninhos, de tal modo que, à exceção das Caturritas (Myiopsitta monachus), os psitacídeos nidificam em cavidades e ocos de árvores.

Esses simpáticos seres alados também costumam segurar os alimentos com suas pernas, providas de tarsos curtos e quatro dedos oponíveis (dois para a frente e dois para trás), levando-os até o bico, caso único entre as aves, dizem os especialistas.


Tiriba-de-testa-vermelha (Pyrrhura frontalis), usando a perna para levar o fruto de 
dendezeiro (Elaeis guineensis) até o bico: comportamento típico dos psitacídeos.
(clique para ampliar)

Diz-se, ainda, que os casais se formam para toda a vida e são inseparáveis, dando um verdadeiro exemplo de fidelidade conjugal. Fazem demonstrações de amor tocando seus bicos e alimentando-se mutuamente, além de tratarem um da plumagem do outro, o que é muito importante, já que essas aves não possuem a glândula uropigial (presente na base da cauda) muito desenvolvida, não podendo ensebar suas penas para limpá-las e impermeabilizá-las.


Um casal apaixonado de periquitos-ricos (Brotogeris tirica): exemplo de fidelidade conjugal
(clique para ampliar)

No Jardim Botânico do Rio de Janeiro é possível ver e ouvir com bastante frequência os periquitos-ricos (Brotogeris tirica), as tiribas-de-testa-vermelha (Pyrrhura frontalis), e também as jandaias-verdadeiras (Aratinga jandaya), todos sempre sobrevoando o arboreto ou pousados nos galhos mais altos das árvores, e, especialmente no caso das jandaias, nidificando no alto das palmeiras desfolhadas após alguma tempestade.

O uso do binóculo é muito importante para a visualização e observação do comportamento dessas aves, já que na maior parte das vezes, embora sejam facilmente audíveis os sons que produzem, é possível vê-las apenas nos galhos bem acima da cabeça do observador, camuflando-se, frequentemente, com o verde das folhas.

E você, também é um apaixonado pelos psitacídeos? Ainda não? Então reserve um momento do seu dia para contemplar essas coloridas e belas aves que enchem os céus das cidades brasileiras de vida e alegria.

Já é fã deles e quer descrever a sua experiência em observá-los? Esteja à vontade para deixar aqui seu comentário.



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