Visita ao Parque Natural Municipal da Catacumba (RJ)

Alameda na entrada do Parque Natural Municipal da Catacumba (RJ)

O Parque Natural Municipal da Catacumba, localizado na Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro (RJ), passou a essa condição em 2003, quando foi elevado ao status de unidade de conservação por seus atributos naturais relevantes.

Até então era considerado um parque urbano, conhecido simplesmente como Parque da Catacumba (a denominação é atribuída à lenda de que era nessa encosta que os índios enterravam os mortos, antes da chegada dos portugueses ao Brasil).

Em passado recente, a encosta deu lugar à Favela da Catacumba, que cresceu a partir de década de 1940, sendo removida em 1970.

Após a remoção foi realizado, a partir de 1988, um programa de reflorestamento com o objetivo inicial de contenção da encosta, utilizando-se mudas de árvores pioneiras. Seguiu-se, a partir de 1999, uma fase de plantio de espécies secundárias.

Neste sábado (30 de maio) fizemos uma visita ao Parque para conferir mais de perto sua conservação e biodiversidade. 

Inicialmente, vale o lembrete de que, desde 20 de dezembro de 2014, o estacionamento do Parque encontra-se fechado a visitantes. Contudo, é possível parar o veículo bem em frente ao Parque, do outro lado da pista da Avenida Epitácio Pessoa, onde há um estacionamento Vaga Certa, próximo a uma passarela que liga os dois lados da pista.

No Parque há duas partes bem definidas: a parte baixa, onde chamam a atenção alamedas, praças e esculturas ao ar livre, e a parte alta, alcançada após se percorrer uma trilha de leve elevação por cerca de 15 minutos, chegando-se a dois mirantes (Mirante do Sacopã e o Mirante do Urubu) que oferecem belas vistas da Lagoa Rodrigo de Freitas.

Lagoa Rodrigo de Freitas vista do Mirante do Urubu
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O Parque encontra-se bem conservado e sinalizado. Placas de madeira com inscrições em amarelo orientam com precisão as trilhas e seus destinos.

Placas de sinalização: Parque em bom estado de conservação
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Contudo, não há muita riqueza em sua avifauna. Além de se tratar de mata em regeneração, há outras causas a se somar a esse quadro.

A primeira delas é que o Parque é local onde se pratica o chamado "Turismo de Aventura" com grande frequência, o que causa um importante impacto ecológico.

Por outro lado, o serviço de limpeza é feito com a utilização dos abomináveis equipamentos conhecidos como "sopradores de folhas", que são movidos à combustão, gerando óbvia poluição do ar, e cujo barulho dos motores é insuportável e pode ser ouvido até na parte alta da encosta!

O resultado é que, na parte baixa, vimos apenas uma Lavadeira-mascarada (Fluvicola nengeta) e um Bem-te-vi (Pitangus sulphuratus) que, com resistência admirável, reivindicavam seus lugares ao sol e à sombra, respectivamente.

Lavadeira-mascarada (Fluvicola nengeta)
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Bem-te-vi (Pitangus sulphuratus)
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A parte alta do Parque também não abriga grande diversidade de aves. Porém, no local não faltam os Urubus-de-cabeça-preta (Coragyps atratus) que fazem dali o seu habitat natural. No Mirante do Urubu, que faz jus ao nome, podem ser vistos vários deles planando nas térmicas bem rentes ao observador, como esse que flagramos, emoldurado pelo morro do Corcovado e pelo Cristo Redentor.


Urubu-de-cabeça-preta (Coragyps atratus) com Cristo Redentor ao fundo
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Também é possível vê-los pousados na encosta, de onde lançam-se ao ar com grande velocidade.

Urubu-de-cabeça-preta (Coragyps atratus) pousado na encosta
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Urubu-de-cabeça-preta (Coragyps atratus) em pleno voo
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Em relação a outras formas de vida, pode-se afirmar, com segurança, que o local é rico em borboletas de várias espécies. Na descida da trilha que leva ao Mirante do Urubu conseguimos registrar essa bela Pororó-azul (Hamadryas arete) pousada em uma árvore.

Borboleta "Pororó-azul" (Hamadryas arete)
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No chão, no meio de trilha, também conseguimos ver um simpático Calango (Tropidurus torquatus) que pousou para a foto.

"Calango" (Tropidurus torquatus)
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Embora ainda seja um local de recuperação da Mata Atlântica, a beleza paisagística e a biodiversidade do Parque Natural Municipal da Catacumba nos fazem recomendá-lo como boa alternativa para a contemplação da natureza e o passeio ao ar livre.

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2 comentários:

  1. Queria levar um periquito que apareceu na minha casa

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    1. Não é recomendável soltar espécies sem um estudo prévio de impacto ambiental. Melhor procurar a ajuda de algum biólogo. Obrigado por comentar.

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