Na natureza nunca estamos sozinhos


Tucanuçu (Ramphastos toco)

Muito se tem debatido nos setores mais críticos da sociedade acerca da ansiedade e solidão do homem moderno. Cercado dos mais variados dispositivos tecnológicos que o conectam com o resto do mundo, sente-se, paradoxalmente, isolado e angustiado.

Como tudo na vida, não existe uma resposta única para todos os casos que envolvem o rico universo da complexidade humana, mas se tivesse de apontar uma grande causa para esse quadro apostaria todas as fichas na maneira como nos deixamos afastar da natureza.

No excelente filme argentino Medianeras, que trata como nenhum outro dessas questões, o personagem Martín (Javier Drolas) chega a culpar os arquitetos de Buenos Aires por sua depressão, arquitetos esses que cometeram o crime, segundo ele, de construir uma cidade de costas para o rio. Creio que essa seja uma explicação bastante razoável para as fobias do personagem!

É por isso que depois que descobri o "birdwatching" acredito estar me tornando uma pessoa mais tranquila, em paz comigo e com os amigos e familiares de meu convívio.

De fato, é simplesmente impossível sentir-se só na natureza, e a visita que fiz ontem (06 de setembro) ao Jardim Botânico do Rio de Janeiro me trouxe mais uma prova disso.

Para começar, basta imaginar que no lugar do barulho de buzinas e apitos uma sinfonia de sábias preencheu o ar do Jardim Botânico durou todo o dia! Estavam todos lá, Sabiá-laranjeira (Turdus rufiventris), Sabiá-barranco (Turdus leucomelas) e Sabiá-poca (Turdus amaurochalinus), cantando aquelas melodias que só eles sabem fazer. Consegui registrar o sabiá-barranco da foto abaixo na "região amazônica" do Jardim, a pouquíssimos metros de mim, estava empoleirado e cantava sem parar  e olhava bem no meu olho, um verdadeiro show da natureza!


Sabiá-barranco (Turdus leucomelas)

Mas nem só de sinfonia vivem as aves, e o tempo chuvoso deu preguiça até nesse Beija-flor-de-fronte-violeta (Thalurania glaucopis) que descansou durante muitos minutos, me permitindo fazer esse que considero um belo registro da espécie.


Beija-flor-de-fronte-violeta (Thalurania glaucopis)

A chuva dos últimos dias também ajudou a frutificar algumas árvores. Uma em especial que infelizmente não sei o nome trouxe para o mesmo galho um Sanhaçu-cinzento (Tangara sayaca), uma Saíra-sete-cores (Tangara seledon) e uma arisca Saíra-ferrugem (Hemithraupis ruficapilla).


Sanhaçu-cinzento (Tangara sayaca)
Saíra-sete-cores (Tangara seledon)

Saíra-ferrugem (Hemithraupis rificapilla)

Ali por perto também se encontrava na grama um canário-da-terra (Sicalis flaveola) para encher de colorido o dia. A boca suja de gramínea denuncia que estava se alimentando naquele paraíso para as aves que é o Jardim Botânico.

Canário-da-terra (Sicalis flaveola)

Quando já estava exausto do prazer de tanto caminhar e fotografar, não é que me aparece um Tucanuçu (Ramphastos toco) que ainda não havia registrado? O resultado é a foto que iniciou esse post.

Com tanta beleza num lugar só espero que o leitor já tenha concordado com as primeiras linhas desse post. E então, o que está esperando para se tornar mais um observador de aves? Prometo que sentirá de tudo, menos tédio. Duvida? Veja as fotos de outras passarinhadas sugeridas nos links localizados abaixo ou na barra lateral do site.



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4 comentários:

  1. Que lindo este tucano! E as Saíras? E as sabiás? Que lindos todos! E dizer que estão tão próximos! Que deleite para meus olhos estas suas fotografias!

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    1. Obrigado mãe, que bom que gostou! Acho que você é minha fã número um, por que será? Kkk.

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  2. Tudo que está relacionada a natureza é belo. Os pássaros, as aves, as árvores, flores o que for, o amor sempre continuará.

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    1. Essa é uma verdade Karolina. Obrigado por seu comentário, e volte sempre!

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