Andorinhas-serradoras (Stelgidopteryx ruficollis) |
Diz o ditado popular que "uma andorinha só não faz verão", o que se explica por serem as andorinhas um dos símbolos mais representativos das aves migratórias, cujo regresso na primavera provoca alegria, segundo nos relata Helmut Sick, no clássico "Ornitologia Brasileira" (3ª impressão, 2001, revisada e ampliada pelo ornitólogo José Fernando Pacheco).
Segundo Sick, as andorinhas alimentam-se apenas de insetos (cupins, formigas, moscas, zangões e até abelhas sem ferrão), engolindo-os um a um sem matá-los previamente. Mas não caçam no crepúsculo e nem penetram em ambientes fechados, domínio dos mosquitos (daí o desacerto considerá-las grandes devoradoras de pernilongos).
O mau tempo (ventos fortes, chuvas pesadas ou período seco prolongado) constitui uma grave ameaça para essas aves, que tentam voar contra o vento e não são consideradas rápidas.
Outra curiosidade refere-se à impressão que temos da cor de sua plumagem, que é algo muito subjetivo, pois se altera, mais que em outras aves, com a luz incidente. No caso da fotografia que inicia esse post, por exemplo, que fiz numa manhã de outono, observei um tom no peito mais amarelado do que o usual, normalmente descrito como tendo a cor de fuligem.
As andorinhas-serradoras (Stelgidopteryx ruficollis) têm frequentado as margens do lago Frei Leandro, no Jardim Botânico do Rio, desde o início do ano. Ali costumam ficar empoleiradas - como é característico da espécie, que vive à beira de rio - por tempo suficiente para a observação de seu comportamento e um bom registro fotográfico. Da próxima vez que visitar o Jardim, que tal conhecê-las mais de perto? Um binóculo seria de grande utilidade.
Lindo casal de andorinha! Cada passeio ao Jardim Botânico, um lindo e interessante relato!
ResponderExcluirObrigado, mãe. Gostei muito do registro desse par de andorinhas no Jardim Botânico. Na natureza é assim, cada dia uma novidade. Bj.
ExcluirOportuna matéria, Cristiano. A polêmica que atribui às andorinhas o papel de grande dizimadora de mosquitos foi abordada neste artigo clássico: https://sora.unm.edu/sites/default/files/journals/auk/v085n04/p0654-p0661.pdf
ResponderExcluirAbraços, Fernando
Oi, Fernando. Obrigado por deixar aqui o registro desse artigo clássico. Realmente, muito interessante. Uma das consequências da atividade científica é desfazer mitos e é muito bom poder contar com seus comentários que, como já disse em outra oportunidade, enriquecem muito o blog. É um privilégio ter sua audiência por aqui. Muito obrigado e um grande abraço!
ExcluirGostei
ResponderExcluirObrigado!
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