O ar que respiramos


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Celebrado anualmente na segunda sexta-feira do mês de agosto, o Dia Interamericano de Qualidade do Ar é destinado à conscientização da poluição atmosférica e de seus efeitos na saúde pública.

Embora a data seja promovida por organizações internacionais desde 2002, a população em geral ainda desconhece os critérios utilizados para o monitoramento e a classificação da qualidade do ar que respiramos.

Segundo diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS), a poluição atmosférica é medida, principalmente, pelo número de partículas em suspensão menores que 10 micrômetros (µm) de diâmetro por metro cúbico de ar, as chamadas PM10.

Conforme dados da Agência de Proteção Ambiental dos EUA (EPA, na sigla em inglês), o tamanho das partículas está diretamente relacionado ao seu potencial para causar problemas de saúde. Aquelas com menos de 10 micrômetros (µm) de diâmetro representam o maior risco, porque podem penetrar profundamente nos pulmões, chegando a atingir a corrente sanguínea.

Estudos científicos relacionam a exposição à poluição de partículas a uma variedade de problemas, tais como morte prematura de pessoas com doença cardíaca ou pulmonar, ataques cardíacos não fatais, arritmia cardíaca, asma agravada, tosse ou dificuldade em respirar, além de danos ao meio ambiente, como chuvas ácidas, danificação de florestas e esgotamento dos nutrientes do solo (mais detalhes no site da EPA).

No Brasil, a matéria é regulada pela Resolução CONAMA nº 3/90, com base nas diretrizes da OMS. Considera-se, assim, que a incidência de PM10 superior a 50 em um teste de amostragem de 24h não deve ser excedido mais de uma vez por ano, em razão do potencial prejuízo à saúde da população, especialmente de grupos sensíveis como crianças, idosos, doentes e gestantes.

Embora a maioria dos entes careçam de programas de monitoramento da qualidade do ar (conforme dados do Ministério do Meio Ambiente de 2014), a quase totalidade dos Estados das regiões Sul e Sudeste e uma pequena parte dos Estados do Centro-Oeste e Nordeste já possuem instrumentos de gestão da qualidade do ar, em diferentes estágios.

A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB), por exemplo, conta com uma rede automática de monitoramento da qualidade do ar espalhada nas regiões metropolitanas e no interior, atualizada a cada hora; já a Prefeitura do Rio de Janeiro atualiza as informações por meio de boletins emitidos a cada 24 horas, em dias úteis, no âmbito do programa MonitorAR Rio.

O controle estatístico das emissões não resolve por si só o problema da poluição do ar, mas o acesso aos boletins pode auxiliar na conscientização ambiental da população e na cobrança por políticas públicas para a redução dos poluentes.


Pílula Ecológica

Um estudo lançado no dia 17 de maio de 2017, realizado pelo Instituto Saúde e Sustentabilidade em parceria com o Greenpeace, aponta que, embora representem menos de 3,6% dos veículos a diesel que circulam na região metropolitana de São Paulo, os ônibus são responsáveis por 35,2% do material particulado que é emitido por toda a frota urbana.

Desse modo, substituir completamente o diesel por biodiesel e eletricidade pode salvar milhares de vidas e economizar bilhões de reais dos cofres públicos (mais detalhes, aqui).



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